5 de ago. de 2010

Waldick e as canções de neon...

"VOCÊ NÃO É CACHORRO NÃO, MAS EU SOU WALDICK SIM, COM MUITO ORGULHO

Morreu, digo, partiu desta para uma melhor, o cantor e compositor Waldick Soriano, o nosso Johnny Cash baiano, como diz o escriba e amigo Zé Teles. A imagem que fica é o seu chapéu preto voando em uma noite fria de São Paulo, mas precisamente na porta do cabaré do viejo Charles Bronson, ali na rua Avanhandava.


Foi a última vez que estive com o ídolo, finalzinho do ano passado. Inesquecível a conversa molhada por duplos uiscões inspiradores.


Nós, cuja educação sentimental, aí incluindo os bons pares de chifres, devemos a WS, o homenageamos com esta crônica que segue, e que a terra e todas as dores de amores lhe s sejam leves... No cinquentário da bossa-nova, sinto muito pelos bons modos jazzisticos que tanto agradaram a classe média do sr. João Gilberto, mas ninguém me disse mais coisas do que esse homem que cantava Dostoievski para as putas e para as nossas mães ao mesmo tempo:


Hoje que a noite está calma/ E que minha alma esperava por ti/Apareceste afinal/ Torturando este ser que te adora...”


Cuba libre e uma canção de Waldick Soriano, quem há de resistir?


Texto cheio de emoção, quando da morte do mestre. Tinha que ser e que não ousem fazer diferente! Afinal de contas, falamos do senhor Waldick Soriano. Grande Waldick!

Baiano, oriundo do longinquo, Brejo Das Ametistas, Waldick vem para o sul maravilha para entrar para história da musica popular brasileira (Popular, de povo mesmo. Sem estereótipos e afins...) e para marcar história de muitos corações e seus amores prováveis, improvavéis e incalculáveis. Se for desmedida a paixão melhor ainda!

Intérprete de hinos das paixões violentas, tais como CARTA DE AMOR, VESTIDA DE BRANCO, PERFUME DE GARDENIA... Sabedor das coisas de eros como provado em O CONFORMADO e FUJO DE TI... Waldick, se consolidou como uma autoridade nos assuntos de macho, amante, sabedor das cousas da noite, conhecedor emérito, das alcovas das boates de neon colorido.

Ninguém cantou a vida dessa gente, como Waldick. Em CHABADABADÁ, Xico Sá dedica um texto ao mestre com TORTURA DE AMOR, OU TOQUE OUTRA VEZ WALDICK:

Falar no homem, essa mesma “Tortura de Amor” com o grupo português “Clã” é coisa d'além mar. Pense num dor de corno com acento de fado e melancolia à moda do Porto...”

Então, vamos conhecer isso, em uma interpretação antológica de Waldick em um especial para a Tv Diária do Ceará. Classicaaaa!!!






Um comentário:

Andrew Clímaco disse...

pois é, Xico... falei dele no meu outro comentário. te inspirou? rs

abraço!